domingo, 2 de agosto de 2009

DIA 31. Sétimo dia da aventura. Desembarque em Helsínquia. Depois de todo o desassossego e inquietação que antecederam os preparativos e o desembarque em si, tomámos o pequeno almoço numa esplanada bem no centro da cidade. Muito bonita, mas talvez menos interessante comparativamente a todas as outras que visitámos antes, durante a nossa passagem pela Suécia.

Nunca tinha estado tão a norte no globo, nem tão longe de casa. Não tendo envolvido uma sensação extraordinária, foi interessante ter ultrapassado o paralelo 60º N. Uma volta pela cidade e seguimos rumo à Rússia, com direito a paragem em Provoo, localidade pequena, medieval, encantadora, com um centro histórico constituído por pequenas casas em madeira já seculares. Por estas bandas as térmitas morrem com o frio no inverno...

Nesta vila eis que, surpreendentemente, nos deparámos com um compatriota nosso. O Paulo, um madeirense, casou com uma Finlandesa e reside por estas bandas desde há seis anos a esta parte. Dedica-se ao negócio do turismo. Se pensarem vir a estas bandas não deixem de consultar o link para a página Paulo´s Tours. Fica bem Paulo e obrigado.

Ora que se faz tarde, que ainda temos que fazer uns quilómetros antes de passar a fronteira, dizem que difícil e demorada. Até lá, ficámos com a sensação de que o esplendor, a organização, as cores... que tudo isso se diluía como uma gota de corante num copo de água. É, definitivamente, um povo diferente do povo Sueco. Soubemos depois que os povos vizinhos os consideram moles, tipo os nossos queridos alentejanos, mas sem a sopa à alentejana. Enfim...

Já muito perto da fronteira, a cerca de 10 km, seguimos as indicações confusas para uma bomba de gasolina e acabámos por dar com uma localidade, muito, muito pequena, no meio do nada, Muurikkalantie. A estrada era fabulosa, com bom piso e uma paisagem fantástica. Não reabastecemos os depósitos das GS´s, mas reabastecemos os nossos, biológicos.

Daqui até à fronteira foi um saltinho. Aliás, dois saltinhos pois entre a fronteira Finlandesa e a Russa existe um fragmento de terra-de-ninguém. Chegámos mesmo a pensar, depois de deixar a Finlândia, que já estávamos na Rússia. Na, na, na...não senhor, estávamos enganados, a praxadela não era suficiente. Uns quilómetros à frente uns burocratas, polícias e mais sei lá quem, estavam todos à espera para nos mostrarem como é que é, aqui na Rússia, ex-domínio de Estaline... Foram só 3 horas... papel para a frente, papel para trás, de uma fila para a outra. Uma experiência única, acreditem. Mas como encarei a questão numa óptica instrutiva a coisa passou e até não desgostei de todo. Aliás, ficam na memória registos excepcionais relativamente aos russos. Um voluntarismo invulgar por parte de alguns para nos ajudarem no preenchimento da papelada e na orientação. Sim, que ali a malta anda de fila em fila, numa corrida de guiché em guiché...

Entre eles esteve o Yuri, muito habituado a estas andanças. Grande Yuri. Incansável nas orientações e sugestões de percurso. Mais tarde, no próximo post, revelar-se-á sem dúvida um elemento determinante nesta história que prossegue. Seguimos caminho, não sem antes trocarmos de números de telemóvel...
As condições da via alteram-se de imediato. Dá ideia também que tentam confundir os condutores com cruzamentos confusos, com placas de prioridade, de perca de prioridade... É definitivamente diferente do que estamos habituados. A estrada de ligação entre a fronteira mais a sul (Finlândia – Rússia) e São Petersburgo devia-se chamar de Crazy Road. E é a melhor. Trânsito intenso, até excessivo, duas vias, piso degradado, uma loucura...
Acabámos por chegar ao Hotel bastante mais tarde do que havíamos planeado, mas, para variar, demos com ele à primeira, como se já conhececemos a cidade. O Tom Tom é fabuloso, apesar de não possuir em memória todas as estradas desta região.
Ainda apanhámos um chuvisco, muito ligeiro. O jantar pelas 02:30, ufa... Hoje foi um dia importante. Chegámos à Rússia. Chegámos a São Petersburgo, de mota...

5 comentários:

Rui Baltazar disse...

Parabens,

fico a espera de ver essas fotos.

um abraço para todos e um beijo para a pendura.
Rui Baltazar

Anónimo disse...

Oi João e companhia continuo a acompanhar,as fotos dizem tudo está concerteza a correr tudo bem se os PoliceMens chatearem muito oferecam-lhes umas garrafinhas de vodka,que eles tambem gostam.
PS. vão vendo o nivel do oleo e a pressão dos peneus.

um abraço Mário Kalças

Unknown disse...

Продолжение хорошего отключения.
Я обнимаю

Rui Pessoa

Sofia Roque disse...

Pela discrição da viagem ela tem sido maravilhosa espero que continues a encontrar as magníficas paisagens que tanto anseias...e já agora para o finalzinho da vossa viagem não gostarias de me trazer um sagui pigmeu?

Kalaari disse...

Adorei todos os apontamentos que acabo de ler... Na verdade, ser viajante do mundo é uma coisa maravilhosa. Só me admira é que havendo tanta coisa para conhecer neste nosso planeta, se invista tanto em viagens interplanetárias. ...
Continuem a encantar-me com as vossas viagens e as vossas crónicas... Fiquei encantada e um pouco mais informada sobre os quatro cantos da T4erra, de culturas e Povos tão diferentes mas todos tão interessantes.

Enviar um comentário