Ensaio - Hora de balanço

É chegada a hora de fazer o balanço deste exercício, deste Ensaio.

A compatibilização da actividade mototurística activa com a actualização de um blogue não é fácil… não é mesmo nada fácil…

Decomporia as dificuldades experimentadas, em duas áreas distintas. (1) No decorrer desta viagem a Andorra, sobrevieram obstáculos relacionados com a prática informática, ou a falta dela, numa perspectiva mais bloguista. Como é que se pode fazer isto, como é que se faz aquilo, era tão giro se…, são questões que invariavelmente estão sempre a surgir. Mais ainda… com a ignorância como força propulsora e a curiosidade como catalisador, é difícil dominar este comboio. É avassalador. Foram ainda identificados, entre outros factores condicionantes, a dificuldade de acesso á Net. (2) Tudo isto demora tempo, muito tempo. E é precisamente no tempo que reside a segunda dificuldade. Nestas aventuras motociclísticas o móbil central é, acentuadamente, viajar, rolar, observar, descobrir, conhecer, sentir, relaxar, conviver e… sobra pouco tempo, não há volta a dar. O Tempo. Que bom seria se o dia tivesse mais umas horitas… mas não tem.

Se é verdade que tinha o propósito de identificar eventuais dificuldades, era também objectivo deslindar o saber que permita superá-las. Por outras palavras, ficar a saber o que tenho de saber. Às vezes é o mais difícil…

Relativamente às questões do âmbito do conhecimento informático, estou convicto de que até à data de partida teremos desenvolvido as competências indispensáveis. Os últimos dias têm sido proveitosos. Afinal, como diz a sabedoria popular, “do trabalho e experiência, aprendeu o Homem a ciência”. Já no que respeita ao Tempo, pois bem… vamos ver. Todos os esforços serão feitos, no sentido de garantir uma publicação diária, no entanto… há que dar tempo ao tempo. Aliás, tudo o que é excessivo pode tornar-se insignificante… e por falar nisso, até à próxima. Um grande abraço.

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15 de Junho. Toledo-Lisboa, última etapa, com direito a paragem em Cárceres para almoço, na Plaza Mayor, com violinista e tudo. Bom tempo. Bom andamento. Mais tarde, uma pequena pausa no aeroporto de Badajoz e logo depois em Elvas, para troca da viatura do Rui e da Carla. A burocracia assim o exigiu.

A fronteira territorial sugeria ser capaz de confinar o mau tempo a terras Lusas. O vento e a chuva fizeram-se anunciar, convidando a vestimentas mais apropriadas. Contudo o andamento célere nunca foi afectado, tendo sido o gozo de condução uma constante até ao final. Lisboa. Ponte Vasco da Gama, Rio Tejo outra vez, mais largo, mais lento, mais nosso… Casa. Mais uma experiência, inesquecível, para sempre na nossa memória. Saudações a todos os meus companheiros-de-viagem.

14 de Junho. Toledo. Dia tranquilo, dia quente, mas não tão caliente como o anterior, em que a temperatura chegou aos 40,5º. Coincidentemente, neste dia decorreram as festas religiosas desta cidade histórica, que foi em tempos a capital da Espanha Visigótica. É a grande festa religiosa de Toledo. Toda a cidade se enfeita para o grande dia da procissão em que a Custódia sai da Catedral dando a volta, sobre uma carroça, pelas ruas estreitas, num ritual que se tem mantido inalterável ao longo dos séculos. Grande organização, a do Rui…



O grupo, na sua expressão mais dilatada, reuniu-se na agradável esplanada do bar d´hotel, explorado pela inestimável Dª Mercedes, mulher de um Mouro, que estava para fora. Pormenores…

Tarde convidativa a um passeio à beira do Rio Tejo, que corre daqui para a nossa Capital. A nossa incursão pelas ladeiras apertadas e inclinadas, quase milenares, só mais tarde, pela fresquinha. Jantar na Plaza Mayor. Temperatura prazenteira, boa companhia, um gelado e um cafezinho…
De regresso ao Hotel Diamantista, ainda passeei com o Rui no banco de trás de um carro da Polícia Municipal. Estávamos mais-ou-menos-perdidos, e os nuestros hermanos ajudaram-nos a encontrar o nosso transporte. Simpáticos…

No capítulo da experiência informática, exercito neste post a apresentação de fotografias em slide show. Ocupa menos espaço e apresenta um maior número de fotografias, ao ritmo que quisermos… setinha para a frente, setinha para trás, ou no automático… Digam-me vocês se resulta ou não…

Toledo

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13 de Junho. Deixámos Andorra logo pela manhã, quente e solarenga. O mesmo grupo que partiu desde Lisboa para Andorra. Os outros elementos optaram por outra solução. Todavia, mais tarde, no dia seguinte, estaríamos todos juntos em Toledo.

Os primeiros km, lentos, revelavam o mesmo esplendor paisagístico a que nos tínhamos já habituado. Ainda nos aclimatávamos às motas quando o inimaginável sucedeu. Inexplicavelmente, um camionista espanhol, sem nada nem ninguém o prever, abalroou a Varadero, a primeira do grupo, numa ultrapassagem quase finalizada. O Rui e a Carla, inopinadamente, desapareceram por detrás do pesado. Poucos segundos depois, avistei-os já na berma da faixa de sentido contrário.

Instantes de incredibilidade. Depois a aflição e o desassossego vão dando lugar à ansiedade e angústia. Só depois o entorpecimento toma conta de nós. Sete demoradas horas depois, saíamos todos do Hospital De Santa Maria em Lleida. Felizmente todos bem, ou quase-mesmo-bem, apesar do susto. O Rui e a Carla decidem continuar connosco de carro, com ar-condicionado, os malandros… Os detalhes partilhados, esses, ficam com cada um de nós…

Chegámos a Toledo. Noite. Outra vez em boa companhia. Nessa noite mais uns whiskies e uns cigarros fumados, a celebrar a Amizade. A Nós.

A ligação entre Andorra-a-Velha e Pas de la Casa…
Mais uma vez, superar os Pirenéus justificou, per si, a viagem. Subir, e depois descer, aqueles colossos irregulares, é sempre singular. Estar lá no alto, bem acima das nuvens, para pouco depois, ondular em vales exuberantes, já em França. Espectacular…

Mais um vídeo, o último desta viagem a Andorra…

Custou... mas finalmente, depois de muita pesquisa e algumas tentativas, cá está o vídeo que já foi referido, dois posts atrás. Reporta os últimos km antes de chegar ao principado de Andorra. Belas curvas... bom tempo, paisagem magnífica, boa companhia, enfim chegar...

Até já

Companheiros

Como terão constatado, não tem havido lugar à publicação de posts. Os impedimentos observados, a privação de acesso à Internet, a falta de tempo, bem como outros imprevistos, assim o impuseram. Experiências que, garantidamente, me irão auxiliar na nossa aventura para São Petersburgo e Istambul.

Assim, ultrapassadas as dificuldades, ou parte delas, vou tentar publicar, cronologicamente, os posts, alguns deles concluídos há já algum tempo.


11 de Junho. Abalámos de Andorra-a-Velha em direcção à zona de Ariege e Pyrénées Orientales, duas distintas regiões do Sul de França. Destino final, Villefranche-de-conflent (Pyrénées Orientales).

Estradas absolutamente fantásticas, estradas de montanha. Curva e contracurva, umas vezes com bom piso, outras não. Uma delícia para a minha GS Adventure.

Alturas houve em que a sensação foi de estarmos perdidos, quais contrabandistas em tempos idos. Rui, o GPS está a funcionar? Os km percorridos ultrapassaram os previstos, mas valeu bem a pena.

Integrar o grupo de 7 motas, a serpentearem as montanhas, foi um privilégio inolvidável. O andamento turístico consentia observar pormenores que se detêm, mais tarde, na nossa memória: o almoço em Les Thermes, as vacas e os cavalos a ocuparem as estradas na montanha, as gargantas escarpadas, os cinzentos e os verdes, os rios e riachos, o som dos motores das nossas motas, o vento na cara, o frio no regresso…

ah... o Zé Pinto a deixar o grupo para ir a Barcelona, beber um cafezinho…

12 de Junho. Dia livre para descansar e ir às compras, foi mais tranquilo. Dormir até tarde, passear pela cidade, fazer umas compritas, gastar dinheirito... Uns cafés e whiskies mais tarde e… Andorra, até à próxima, provavelmente no Inverno.

Fim de tarde de Segunda-Feira, 9 de Junho. Quatro motas preparadas, 6 pessoas inquietas. O Rui e a Carla, o Jorge e a Cátia, o Mário a solo e eu, também desacompanhado. Motas abastecidas, cafés tomados, cigarros fumados. Um breve briefing e estamos na estrada. Objectivo: CHEGAR. Estratégia: LOGO-SE-VÊ.

Cerca de 1300 km de estrada aguardam por nós. Sem desassossegos os primeiros km ficam para trás, sem nostalgia, sem saudade. Espanha surge logo seguir de Elvas… Oh Elvas, Badajoz à vista.

A noite chega e o quebranto também. Estava frio e a Lua cheia, a noite meia. A 200 km de Saragoça encostámos e escrevo, ao lado de dois ou três vagabundos. Os corpos desvigorados, vergam. Em breve, muito breve, persistiremos.

Pela hora do almoço deveremos acercar o nosso objectivo. Filmei os últimos km, adoráveis, os melhores, apesar do cansaço. É recompensador ser recebido por paisagens e estradas tão agradáveis. Todavia, Andorra, Andorra… para cá chegar foi preciso certa pachorra.

Seguiu-se um breve repouso antes do jantar, ainda sem a companhia dos restantes elementos, o Estevinha e a Cristina, o Zé Teixeira e a Ana; o Zé Pinto ainda sozinho, amanhã chega a cara-metade, a Ana Maria. Chegaram logo a seguir, estávamos na sobremesa. O grupo está completo. Somos 12.

Amanhã principia verdadeiramente a aventura…

E agora, especialmente para os meus filhos, até amanhã...

Companheiros, já só faltam 50 dias..., 50 looongos dias. Estamos quase de malas feitas. Nesta altura, todos ou quase todos os preparativos estão concluídos. Mãos à obra pessoal que estamos em contagem decrescente.

Mesmo a calhar... seria um apoio/patrocínio de uma entidade que se identificasse com o espírito de aventura deste nosso projecto. Aguardemos então... "Muitas coisas pequenas foram transformadas em grandes pelo tipo certo de publicidade".

Entretanto, enquanto esperamos a hora da partida para a grande viagem, proponho um pequeno ensaio da utilização deste blogue.

Já no próximo dia 9 de Junho, vou integrar um grupo de motociclistas do Clube Mototurismo TAP que parte em direcção a Andorra e sul de França. Vamos lá beber um cafézinho... e ficamos por lá uma semanita a espairecer. Trata-se de mais uma organização idealizada e liderada pelo meu Amigo Rui Pessoa. A excelência organizativa e a camaradagem são características intrínsecas aos eventos que o Rui nos tem proporcionado.

Assim sendo, este passeio revela-se uma grande oportunidade para ensaiar a utilização em pleno deste blogue. Vamos experimentar a publicação de posts diários dando conta do que mais significativo marcou cada um dos dias e tentar a publicação de fotografias e vídeos, ou mesmo a publicação de pequenas mensagens via SMS.

Bom... não é só o objectivo que tem interesse, são também os meios para o alcançar.

Um abraço a todos