domingo, 2 de agosto de 2009

DIA 30. Sexto dia de aventura. Só agora houve oportunidade de publicar este post. Tem sido delicado conciliar o prazer da viagem com a produção dos resumos diários. Temos feito o possível...
Menu do dia: rodar desde Vadstena até Estocolmo e daqui apanhar o ferry para a Finlândia, mais propriamente até Helsínquia.
Logo pela manhã alguns chuviscos prometiam ensombrar o dia mas, como que a pedido, assim que carregámos as motas as condições atmosféricas tornaram-se mais favoráveis. Ainda bem. Na BBC News estavam a prever chuva forte para Copenhaga, bem mais a sul, por onde já passámos. De alguma forma temos estado sempre um dia adiantados em relação ao mau-tempo. Isto é que é planeamento...
Antes de deixarmos Vadstena ainda tivemos tempo para uma curta visita aos pontos principais desta localidade medieval e, claro, para aquele cafézinho da manhã sem o qual os portugueses parecem não operar.

Já na estrada, o tempo aparentava melhorar a cada quilómetro percorrido. Deixávamos a borrasca para trás. Apenas o vento lateral, às vezes muito forte, insistiu em nos acompanhar quase até ás portas de Estocolmo.
Durante a nossa passagem por esta região da Suécia ficou a sensação clara de haver um forte sentimento patriótico, à semelhança do que se verifica nos EUA. A bandeira nacional sueca está hasteada em quase todas as portas. Mas as semelhanças não ficam por aqui. A própria organização urbana das pequenas localidades e a presença continuada de automóveis americanos, impecavelmente restaurados, levaram-nos a pensar que aqui há coisa... Não conseguimos apurar a origem desta inspiração. Mas enquanto aguardávamos o check in para o ferry, em Estocolmo, descortinámos tratar-se de um hobby comum entre a classe média e média-alta, não só na Suécia, mas também na Finlândia, país vizinho. Durante a espera para o embarque, conhecemos um Finlandês, american boy, que veio à Suécia para comprar um Cadillac de 59, pré-requisito e condição para aceitar contrair matrimónio. Está tudo dito... A namorada estava com um ar feliz, ignorando ainda que, muito em breve, será era ela que irá dormir na garagem...

Todas as conversas que mantivémos com os finlandeses tiveram um denominador comum, “cuidado com os russos”, “olho aberto”, “mantenham-se afastados das zonas menos turísticas” e “tenham sempre uns rublos ou euros na algibeira para a polícia...”. Conselhos aceites, mas... fico a pensar se esta desconfiança não estará relacionada com a amargura da perda de território finlandês a favor dos russos, num passado historicamente recente (2ª Guerra Mundial). Não sei...
Hora do embarque. Subitamente a languidez causada pela longa espera, aquele enguiço de as portas nunca mais abrirem, dá lugar a momentos frenéticos. A impaciência surpreendente de todos, a pressa desatinada, o absurdo da tripulação não distinguir habitués de turistas... uma loucura, uma insanidade. Um stress despropositado...

Bom... motas cintadas, presas às argolas do porão, levámos as bagagens para o quarto. Quarto para quatro, primeira classe, piso 7, quarto 7206. O navio Gabriella aparentava, para já, reunir todo o conforto e comodidades. Instalados, banhinho tomado, explorámos a embarcação ainda antes do jantar. Jantar de primeira, tripulação bem treinada. Estávamos conquistados. Tenho de fazer um cruzeiro a sério. Um dos pisos era dedicado à distracção e divertimento dos mais jovens e sobretudo crianças. Bem equipado e assistido por tripulantes especialmente treinados para o efeito. Espectacular. Os meus filhos iriam gostar...

A noite, essa, não toda mas parte dela, foi passada no Sky Caffé, 10º piso, logo acima do piso dos restaurantes. Festa all night long, dança e música old fashion, espectáculo a lembrar os anos 70 e 80. Gostei de ouvir o conjunto entreteiner que também tocou os ABBA. Nestas circunstâncias foi especial. Foi festa...depois, já tarde, descansar qualquer coisa, pois no dia seguinte esperava-nos um dia diferente, Helsínquia-São Petersburgo.




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